Hoje trago-te uma reflexão baseada em algo que me aconteceu há uns tempos.
Lembrei-me disto ontem e penso ser interessante partilhar.
Há alguns anos fiz uma viagem no Verão para visitar a região da Baviera, no sul da Alemanha. A ideia era embarcar no aeroporto de Lisboa, e aterrar no aeroporto de Munique. A viagem previa uns dias na zona junto aos Alpes (parte alemã e austríaca). Os Alpes são uma região montanhosa que se estende por vários países: França, Suíça, Itália, Áustria, Alemanha e Eslovénia.
Os últimos 2 dias, estadia em Munique e embarcar de novo com destino a Portugal.
Nesta região estão localizados alguns dos locais turísticos mais visitados do mundo. O meu roteiro incluía esses monumentos e também subir, de teleférico, até ao ponto mais alta da Alemanha (nos Alpes) onde faz fronteira com a Áustria.
Foi uma viagem muito boa e foi mesmo espectacular.

Castelo de Hohenschwangau

Castelo de Neuschwanstein
Mas o que te quero trazer como reflexão aconteceu quando eu fui visitar os castelos/palácios dessa zona.
O castelo de Neuschwanstein é uma obra incrível de arquitectura e foi a inspiração para o castelo da Cinderela (da Disney). Está situado no topo de um pequeno monte junto a uma pequena vila com esse nome. Nessa mesma vila existem outras atrações turísticas, nomeadamente o “Museu dos Reis da Baviera” e outro castelo mais antigo Hohenschwangau. Nesta vila existe uma bilheteira onde se podem adquirir todos os bilhetes para cada uma das atracções turísticas.
Obviamente que o castelo “da Disney” é o mais procurado e as filas de bilheteira para este monumento são sempre longas (6000 visitantes por dia). Por recomendação do recepcionista do Hotel, fui bem cedo para a fila (antes das 8h) e quando a bilheteira abriu (9h) já a espera era longa. Nesse tempo idealizei o meu roteiro ali: vou ao castelo lá de cima (Neuschwanstein), depois ao de cá de baixo (Hohenschwangau) e por fim ao museu.
Às 10h, fui atendido e a senhora perguntou-me se podia ser para as 10h30. Olhei para o relógio e percebi que dava tempo para chegar à entrada do castelo, concordei. Comprei o bilhete “Combo 3 monumentos” e fui para a fila do autocarro que nos levaria “lá cima”. Perfeito!
As visitas têm hora marcada e cada bilhete serve apenas para essa visita. A cada 5 minutos entra um grupo. Entrei no autocarro e segui viagem. As únicas formas de ir até lá são de autocarro, de “charrete” e a pé.
O caminho é todo em floresta e o autocarro pára numa clareira a cerca de 500 metros da entrada. Caminhei até à entrada e procurei nos painéis de informação onde estava o número de visita do meu bilhete.
Não estava!
Imaginas o pânico?! Um bilhete que custou cerca de 60€ e não tenho aqui a visita no painel?
Fui ao gabinete de informações (vulgarmente chamado de ‘guichet’ 🙂 ) perguntar sobre se era ali a entrada porque não estava a ver a minha visita.
No momento em que estou a acabar a frase… vejo a imagem que tem no bilhete… e nesse mesmo instante a senhora responde “Esse bilhete é para o castelo lá de baixo!” :=0
PÂNICO! Estou no sítio errado!
Então, saio dali e vou em direção à tal clareira para apanhar o autocarro para voltar à vila. …
Voltei mais tarde (às 12h30, salvo erro) para esta visita. Pelo meio tive umas corridas.
Mas… não te vou contar os detalhes todos, abreviando… vamos à reflexão:
Qual foi o problema todo aqui?
Não é porque comprei mal os bilhetes. Não é porque a senhora não me vendeu o que eu queria. Não foi porque não tive tempo para fazer tudo como previsto.
Os bilhetes estavam certos e cada um deles tinha a fotografia do respectivo monumento (a cores e tudo).
O problema foi que eu defini um roteiro, um objectivo, uma ideia. Pensei nesse roteiro mas não o comuniquei a ninguém. O bilhete estava certo, eu olhei para ele… mas não vi! Não vi que não correspondia ao que idealizei antes.
Porque fiquei “cego” com a ideia/objectivo que estabeleci.
Já te aconteceu?! Teres uma ideia fixa ou um objectivo, uma meta que tenhas definido… e que ficas tão focado nela que nem te dás conta do óbvio que está em frente dos teus olhos? A circunstância não tem margem para dúvidas mas a mente fica ludibriada.
Bom, a reflexão é sobre como muitas vezes nos enganamos a nós próprios. Já te aconteceu algo assim?
Partilha comigo!
PS: Nesta fotografia mostro-te a Igreja de St. Coloman, situada numa planície poucos quilómetros antes da vila.
É uma imagem bastante divulgada na internet.

Site da região para mais informações.
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